Trechos do documento foram exibidos pelo deputado Filipe Barros, durante entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan
O presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan, exibido nesta quarta-feira, 4. Ao lado dele, o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) explicou, amparado em inquérito aberto pela Polícia Federal, como as urnas eletrônicas de primeira geração, utilizadas nas eleições brasileiras desde 1996, podem ser fraudadas.
Segundo Barros, um hacker comunicou ao portal TecMundo, em novembro de 2018, que havia invadido o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na mensagem, o homem afirma que as falhas e vulnerabilidades de aplicações desenvolvidas pelo próprio TSE facilitaram o acesso ao sistema. A partir disso, o hacker conseguiu acessar a rede interna do TSE. Como resultado, obteve acesso a diferentes máquinas do órgão eleitoral.
Dentro do sistema, o invasor conseguiu acessar códigos-fonte, documentos sigilosos e credenciais, como o login de um ministro-substituto do TSE e os de diversos técnicos de informática ligados à alta cúpula de tecnologia da informação do órgão eleitoral.
Tribunal Superior Eleitoral assume que o sistema foi invadido
Em novembro de 2018, a ministra Rosa Weber, então presidente do TSE, solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para investigar as alegações do hacker. O órgão eleitoral admitiu que houve registro de invasão de seu sistema por meio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco.
Racker invadiu sistema responsável pelo código-fonte das urnas eletrônicas
De acordo com o TSE, o hacker teve acesso ao portal de sessão do voto informatizado, onde está o código-fonte das urnas eletrônicas. Se o código-fonte for alterado, o sistema inteiro pode ser modificado, de maneira que a adulteração de votos torna-se possível.
Conforme o secretário-substituto de tecnologia da informação, cujo nome não foi revelado, esses equipamentos eram responsáveis pela compilação dos softwares na versão Windows e Linux. Em execução nesses equipamentos estavam os genks, configurados pela equipe do portal de sessão do voto informatizado.
O TSE admitiu que o servidor estava acessível a todos, permitindo a cópia de todo o código-fonte e tornando possível sua alteração.
PF solicitou informações ao TSE
Durante a segunda fase das investigações, a PF solicitou ao TSE que enviasse o chamado arquivo log, responsável por conservar todo o histórico do software, ou seja, quem acessou, em qual data e quais modificações foram realizadas.
O ministro-substituto do órgão eleitoral, que teve a senha roubada, respondeu ao delegado da PF que, “devido a manutenções para solucionar travamentos no firewall do TSE, a equipe da Global MP fez reinstalação do serviço de gerência, não tendo o devido cuidado de não prejudicar os logs armazenados. Assim, informamos que o TSE não possui dados adicionais para repassar à Polícia Federal”.
Isso quer dizer que o arquivo responsável por armazenar todo o histórico de alteração do software das urnas eletrônicas foi apagado e as possíveis adulterações feitas pelo racker ficaram inviabilizadas.