Não chega a ser exagero dizer que, de todas as estreias no Estadual, nenhuma é tão cercada de expectativa quanto a do Fluminense. Hoje, às 19h, quando começar a partida contra o Volta Redonda, no Maracanã, não serão apenas os tricolores que estarão de olho no time das Laranjeiras. Tamanha expectativa se deve pelo fato de no comando da equipe estar Fernando Diniz. Adepto de uma filosofia de jogo que tem no espanhol Pep Guardiola sua maior referência, o brasileiro terá a primeira oportunidade de pôr seu estilo em prática numa equipe do eixo Rio-São Paulo.
Obsessão pela posse, saída de bola começando pelo goleiro, troca de passes incessante e rotatividade dos jogadores em campo estão entre as bandeiras do treinador. No CT do clube, suas ideias chamaram a atenção de todos. O maior desafio, contudo, é lidar com a pressão pelos resultados, inimiga deste estilo de jogo, que requer tempo para emplacar.
— A torcida pode esperar um time muito competitivo. Fizemos uma pré-temporada importante e os jogadores se dedicaram ao máximo. Tenho um orgulho grande e me sinto honrado por retornar a uma casa onde fui muito feliz — disse o técnico, que jogou no clube entre 2000 e 2003: — Mais do que falar de títulos, precisamos focar em trabalho, seriedade. Temos um ano inteiro para construir uma equipe competitiva que consiga fazer justiça ao peso do Fluminense. Espero que consiga render bem. Vamos ver como reagimos nas primeiras partidas.
Fernando Diniz inicia a temporada como a grande aposta do Fluminense. Sufocado pelas penhoras nas receitas, o clube não tem dinheiro para contratar grandes jogadores. Mas esforçou-se para dar ao técnico opções no elenco, que perdeu nomes importantes na virada do ano como o goleiro Júlio César, o zagueiro Gum, o volante Richard e o meia Sornoza.
Ao todo, foram oito contratações. Delas, a mais promissora é a do atacante Yony Gonzalez. Vice-campeão da Sul-Americana com o Junior Barranquilla, o colombiano de 24 anos foi um dos destaques da pré-temporada.
Conversa por Ganso esfria
O torcedor do Fluminense chegou a sonhar, durante a semana, que veria Ganso ser apresentado pelo clube hoje, no Maracanã. A presença do meia no jogo contra o Volta Redonda não só está descartada como a possibilidade de ele vestir a camisa tricolor um dia ficou mais difícil.
O Sevilla endureceu a negociação pelo meia. Aos espanhóis, não interessa a proposta feita pelo Fluminense: o Tricolor arcaria com cerca de 25% dos rendimentos do jogador — o máximo que suas finanças permitem. A negociação, no entanto, não foi dada por encerrada. A janela de transferências internacionais vai até o dia 31 de janeiro. É o tempo que o Tricolor tem para virar o jogo.
Presente no evento de lançamento do Estadual, o presidente Pedro Abad fugiu da imprensa e não comentou. A missão coube a Fernando Diniz.
— A gente não tem prazo definido. Não depende da gente — avisou.