O Ministério Público do Piauí, por meio da 29ª Promotoria de Justiça de Teresina, realizou audiência pública para discutir as filas de demandas reprimidas de consultas e de exames na rede pública de saúde da capital. A audiência aconteceu na terça (28).
Em ofício enviado ao MPPI, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que, até o mês passado, Teresina tinha uma fila de 58.050 exames especializados e 94.808 consultas médicas. O promotor Eny Marcos Pontes enviou ofício à FMS requerendo informações sobre o quantitativo de exames e consultas represados e cobrando explicações sobre quais medidas a fundação têm adotado para garantir o acesso da população à exames e consultas.
Durante a audiência, o diretor executivo de regulação, controle, avaliação e auditoria da FMS, Anderson Martins Dantas, explicou que o problema de demandas reprimidas de consultas é algo que vários estados têm enfrentado e que com a pandemia de Covid-19, foi agravado. “Atendemos à notificação do MP para comparecer à audiência de hoje sobre um assunto relevante como esse. Apresentamos algumas propostas que já vêm sendo implantadas na FMS para qualificar, além de aumentar a quantidade de oferta e aproveitar melhor essa oferta que já temos”, disse.
Anderson apresentou ainda algumas propostas que estão sendo avaliadas pela FMS para diminuir a fila de exames e consultas, como a realização de chamamento público de empresa para aumento da oferta de consultas e exames; a realização de mutirão para procedimentos ambulatoriais; a criação de aplicativo e serviço de mensagem para celular visando a verificação da confirmação de consulta, entre outras medidas.
Ao fim da reunião, ficou definido que a FMS comunicará ao MP os casos de fraudes na marcação de consultas e exames; envio da minuta do novo contrato entre o Hospital Universitário e a FMS; realização de contato com o Ministério da Saúde para oferecimento do Sistema SISREG para o gerenciamento das consultas e exames.
Ao MPPI caberá a elaboração de recomendação para o presidente da FMS para a inclusão do CPF dos usuários no sistema de regulação utilizado pelo município. Caso não seja possível, o gestor deverá explicar a impossibilidade técnica para realização da medida. Nova audiência será realizada para a continuidade do acompanhamento da ação.