Por isso que o reencontro entre eles é um tempero a mais no duelo entre Fluminense e Bahia, às 16h (de Brasília), no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro
A relação entre Fred e Mano Menezes nunca foi das mais amistosas. O atacante e o treinador já trocaram farpas publicamente e nem mesmo quando foram companheiros de clube ou seleção conseguiram se acertar. Mas hoje o status é diferente: antes referências inconstestáveis, agora buscam reafirmação. Por isso que o reencontro entre eles é um tempero a mais no duelo entre Fluminense e Bahia, às 16h (de Brasília), no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.
Curiosamente, o grande problema entre Fred com Mano foi por exercer o seu ofício: ser um centroavante de área. Taticamente, essa ideia nunca agradou ao treinador, que o deixou de lado mesmo quando o Cruzeiro caia pelas tabelas em 2019. A opção irritou o agora camisa 9 do Fluminense, que não escondeu a sua insatisfação.
— Eu trabalho para voltar a ser titular, mas, enquanto isso não acontece, eu vou tentando ajudar no tempo que eu estiver em campo. É lógico que a gente fica triste por sair do time, mas é uma característica do Mano e eu não encaixo nessas características dele — disse Fred, que não tardou para ouvir a resposta:
— Ele sabe, pela experiência que tem, que o lugar adequado para fazer isso, sem barulho desncessário, é lá dentro de nossa casa. E pela parte do treinador, é isso que vamos fazer — respondeu o treinador.
Em 2012, quando Mano era técnico da seleção brasileira, a rusga foi parecida. Mesmo com Fred sendo o artilheiro do Campeonato Brasileiro e tendo o título encaminhado junto ao Fluminense, o comandante preferiu testar um time sem centroavante e relegou o jogador. Novamente o camisa 9 se manifestou e, quase como uma represália, chegou a ficar um tempo sem ser convocado.
— Eu nem penso em Seleção enquanto o Mano estiver lá, cara. Desde o jogo contra o México [em amistoso] que não tinha centroavante para jogar e ele colocou o Lucas para jogar de centroavante de costas, e eu fiquei no banco e nem entrei, ali eu vi que realmente o Mano não gosta do meu trabalho — disse Fred, na época.
Novos tempos
Mas agora os tempos são outros. Mano e Fred deixaram a seleção brasileira e o rebaixamento do Cruzeiro à Série B do Campeonato Brasileiro tirou a dupla do patamar de ídolos incontestáveis no clube mineiro. Demitido, o treinador foi para o Bahia substituir querendo se provar com mais um bom trabalho, enquanto o atacante retornou ao Fluminense, onde é idolo. Hoje, a situação da dupla passa longe de ser tranquila.
Fred voltou, mas ainda não engrenou. Marcou apenas dois gols em 12 jogos e perdeu uma série de outros confrontos por problemas físicos, ocular e por ter testado positivo para a Covid-19. Também foi reserva de Evanilson, que foi vendido ao Porto, por um tempo e só está conseguindo ter sequência como titular no sétimo mês de clube. Felizmente, as águas parecem estar mais calmas agora.
Hoje, o Fluminense terá o reforço dos nove atletas que testaram positivo para Covid-19, que tem o zagueiro Luccas Claro e o atacante Marcos Paulo como destaques, e que estão liberados para atuar após o resultado negativo. Eles poderiam ser relacionados para enfrentar o Goiás na rodada anterior, mas a comissão técnica optou por não levá-los para a viagem. Como o duelo é no Maracanã, dificilmente eles ficarão de fora.
Já Mano Menezes entrou no lugar de Roger Machado e tem convivido com críticas pelos resultados ruins: apenas duas vitórias em seis jogos. O Bahia chegou a ocupar a zona de rebaixamento em determinado momento, mas o treinador ganhou um respiro após golear o Vasco por 3 a 0, na última quarta-feira.
Para o duelo contra o Fluminense, Nino Paraíba, que se recupera de um incômodo muscular na coxa, e Rodriguinho, de dores no pé, ainda são dúvida. Eles apenas correram em volta do gramado durante a semana e a tendência é que Mano repita a escalação que venceu o Vasco.
Fonte: Extra Online