Hoje talvez seja difícil de imaginar, mas houve um tempo em que o Bangu era capaz de impor quatro derrotas seguidas ao Vasco, com 11 gols marcados e apenas dois sofridos. Se nunca foi um clássico, o duelo estava longe de ter um favorito como se acostumou a ter atualmente. Apesar de que a partida desta tarde, às 16h, no Maracanã, pela semifinal do Estadual, até que promete ser mais parelha, como eram aquelas de 34 anos atrás.
Será o confronto mais importante entre as equipes desde que disputaram o quadrangular do Brasileiro de 1985. O Bangu terminou em primeiro no grupo que tinha Mixto, Internacional e Vasco. Sobre o Cruz-Maltino, emplacou duas vitórias, por 2 a 0 e 3 a 1, fundamentais para que se classificasse para a semifinal da competição.
Dois personagens importantes daquela época estão vinculados às equipes atuais. Acácio foi o goleiro titular do Vasco na derrota por 2 a 0 e atualmente é auxiliar da preparação de goleiros em São Januário. Ado, atacante do Bangu na partida, é hoje o treinador que tenta levar os alvirrubros novamente a uma decisão da Primeira Divisão, após 34 anos.
Naquele período, o que pesava para o equilíbrio entre os times era o dinheiro de Castor de Andrade, presidente do Bangu na época e um dos maiores contraventores da história do Jogo do Bicho carioca. Entre 1979 e 1989, uma das fases de maior atuação de Castor, Vasco somou 14 vitórias e o Bangu, nove, com seis empates.
Alvirrubro venceu duas das últimas três
O Vasco joga com o favoritismo do mundo ao seu favor. A maior tradição, os jogadores mais talentosos, os maiores salários, tudo isso entra na conta com o fato de o time, por ter sido campeão da Taça Guanabara, ter a vantagem do empate para ir à final.
O Bangu, por sua vez, terá de buscar a terceira vitória sobre o Vasco em quatro partidas contra o rival. Nas últimas três, foram duas vitórias, uma no Estadual deste ano e outra no do ano passado, e uma derrota, na semifinal da Taça Rio deste ano.
Se conseguir, terá aproveitamento semelhante aos melhores dias na década de 1980. Em 1984 e 1985, a equipe de Moça Bonita emplacou quatro vitórias seguidas sobre o Cruz-maltino — 4 a 0 e 2 a 1, pelo Estadual, e 2 a 0 e 3 a 1, pelo Brasileiro.