O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Equatorial, deputado Nerinho (PT), confirmou para esta quarta-feira (12) mais uma reunião da Comissão, desta vez para ouvir o primeiro depoente, o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Estado do Piauí (Sintepi), Francisco Marques, que representa os funcionários da empresa. A reunião acontecerá na sala da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a partir das 10 horas.
“Vamos escutar pacientemente a todos, sabendo que nós temos o dever e a obrigação de prestar total esclarecimento para a sociedade e, no final de tudo, entregar um relatório concreto, embasado, pra que juridicamente a sociedade possa também avançar e tomar as providências cabíveis”, disse o deputado Nerinho. A reunião da CPI será transmitida ao vivo pela TV Assembleia e, pela internet, é possível acompanhar pelo link www.al.pi.leg.br/tv.
DEPOIMENTO
Em depoimento, Francisco Marques, que integrava o conselho de administração da antiga estatal, disse que a antiga Cepisa foi “asfixiada” por políticas de governo.
Ele também fez uma dura crítica sobre a “obstinação” do setor privado pelo lucro e defendeu que a estatal primava pela qualidade no atendimento.
“A Cepisa foi asfixiada por políticas de Governo, pelo próprio marco regulatório. Mas, foi se reestruturando ao longo da história”, declarou.
O sindicalista também assinalou que, após a privatização concretizada em leilão no ano de 2018, ocorreu a crescente terceirização de postos de trabalho na empresa, principalmente do quadro próprio técnico. Dados levados pelo sindicato à CPI apontaram que pelo menos 1,8 mil empregados já foram demitidos desde à época até este ano. Para ele, essa rotatividade tem sido o principal gargalo que tem comprometido a prestação de serviço na empresa.
“Energia elétrica é uma atividade de alto risco e de grande importância. Não se admite que uma pessoa que começa a entender como funciona, começa a entender como funcionam os problemas do estado, passe por essa rotatividade, e a terceirização é isso. Tanto é que a empresa está reconhecendo isso, para reprimarizar e ter novamente um quadro próprio de serviços”, destacou o sindicalista.
O presidente do Sindicato fez ainda um apelo para que seja feita um quadro próprio de funcionários, especialmente na área operacional.
“Outro problema que estamos verificando é a ineficiência de mão de obra, tem muitos locais que estão precisando de mão de obra mais qualificada […] Você não pode ter essa rotatividade no setor operacional”, declarou.