A Polícia Federal (PF) informou em entrevista coletiva nesta quarta-feira, dia 02, que uma servidores da Fundação Municipal de Saúde (FMS) é sócia de uma das empresas investigadas na Operação Caligo, que apura superfaturamento de até 419% na compra de testes, álcool gel e equipamentos para combate à Covid-19 em Teresina.
“Identificamos que além da empresa pertencer a uma sócia que tem vínculo empregatício com a Fundação Municipal de Saúde, houve um superfaturamento. Apresentaram a cotação de um produto diferente do que o que foi adquirido pela Fundação”, detalhou o superintendente da Controladoria Geral da União (CGU), Glauco Soares.
“Ao longo da investigação, caso venhamos a constatar que houve favorecimento, conivência ou omissão com relação à entrega e recebimento desses materiais, certamente as condutas dos responsáveis serão passíveis de criminalização, mas nesse momento ainda não temos elementos”, completou a delegada Milena Caland.
Operação Caligo.. A Polícia Federal (PF) deflagou na manhã desta quarta-feira, dia 02, a Operação Caligo para dar cumprimento a 10 mandados de busca e apreensão expedidos em Teresina pela 3ª Vara da Justiça Federal no Piauí. Entre os alvos estão a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e as distribuidoras Distrimed e Fermac. A investigação apura desvios de recursos federais destinados ao combate à pandemia da Covid-19. A ação conta com a participação de 50 policiais federais e sete auditores da Controladoria Geral da União (CGU).
A PF alerta que desde março estão sendo firmados mediante dispensa de licitação contratos emergenciais entre a FMS e duas empresas fornecedoras de testes para o novo coronavírus, insumos e equipamentos hospitalares e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Foram empenhados de março a julho R$ 17,4 milhões oriundos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e do Ministério da Saúde. No entanto, a investigação aponta graves divergência entre a quantidade comprada e a efetivamente fornecida à FMS. Bem como alterações nas especificações de produtos e margem de lucro excessiva chegando a até 419%.
“Estima-se que o lucro bruto obtido seja de aproximadamente R$ 4,5 milhões, valor suficiente para a construção de um hospital completo de campanha”, destacou, em nota a PF.