O Seminário Teresina TEAMA está consagrado como o maior evento de autismo do Piauí. Reunindo 600 inscritos e 19 palestrantes, o evento vai analisar a condição sob os mais diversos aspectos.
Para Astrid Lages, coordenadora do Teresina TEAMA, esta é uma oportunidade de desvencilhar o teresinense do preconceito. “Constatamos que para diminuir o preconceito é necessário fomentar o conhecimento. É um evento com 19 palestrantes, com uma carga horária de 20 horas”, explica.
Vários aspectos serão abordados, nas mais diversas áreas do conhecimento. “Vamos mergulhar no mundo dos autistas no maior número de áreas possíveis. Vai desde a medicina, à psicologia, saúde bucal, nutrição, entre outras. Inclusive até mesmo a arquitetura azul, como deve ser a casa de um autista?”, revela a coordenadora.
O direito dos autistas também é um ponto importante. “A parte jurídica será com o Joaquim Santana, que é presidente da comissão das pessoas com deficiência da OAB, e Joelson Dias, que é presidente nacional das comissões. Além de uma mãe e um pai ativistas da causa que vão contar suas experiência”, adianta Astrid Lages.
O evento segue alto padrão de tecnologia. “Fizemos um evento moderno, com credenciamento com QR Code, tudo para dar mais conforto para as pessoas. Então vendemos 300 inscrições e distribuíram 300 para a AMA, grupo de mães, APAE, famílias e professores. Nunca houve um evento de autismo no Piauí com 19 palestrantes e 600 inscritos”, enumera.
Odontologia para autistas
Uma das profissionais que vai falar sobre a multidisciplinaridade do autismo é Fabíola Serra, cirurgiã-dentista. Ela explica que o atendimento à pessoas com autismo deve levar em conta vários aspectos.
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Fabíola explica que é necessário entender as dificuldades do paciente. “Quanto ao atendimento odontológico aos pacientes com transtorno do espectro autista [TEA], devemos considerar as duas principais dificuldades inerentes a esta condição, que são a dificuldade ou limitação na comunicação/interação social, bem como no desenvolvimento da aprendizagem. Sendo assim, o paciente pode, em maior ou menor grau, apresentar dificuldade em olhar nos olhos, na fala, apresentar sensibilidade ao toque e a ruídos, dificultando sua introdução e adaptação ao ambiente de consultório odontológico. Portanto o tempo de condicionamento e a forma de manejo desses pacientes são totalmente diferenciadas, requerendo muita habilidade do profissional, equipe treinada, ambiente acolhedor e adequado às suas demandas”, afirma.
A cirurgiã-dentista fala que por conta das dificuldades de comportamento, pois muitas vezes são agressivos, agitados e hiperativos, as demandas domésticas na manutenção da saúde bucal são desafiadoras à família. “Em muitos casos já providenciam o atendimento odontológico quando há um problema bucal instalado. Nestes casos, cabe ao dentista intervir para minimizar o dano, promovendo melhora na saúde bucal do paciente”, acrescenta.
A odontologia não pode estar a parte deste processo. “A literatura define o TEA como uma condição de corpo inteiro, com muitas comorbidades de aspectos genéticos, epigenéticos, fatores imunológicos, metabólicos e gastrointestinais. Portanto o atendimento do paciente com autismo requer familiaridade dos profissionais que o acompanham entre si. A figura do dentista é de extrema relevância dada a importância da manutenção da saúde bucal destes pacientes”, finaliza Fabíola Serra.
